quinta-feira, 9 de julho de 2015

A venda da Colônia - Documentos


Conforme os documentos arquivados no Seminário e o que está escrito nas páginas 44 e 45 do livro "Seminário Diocesano Nossa Senhora Aparecida - 75 anos cultivando vocações", o lote colonial nº 23 de 12 hectares, foi adquirido de Bárbara e Guerino Lanzarin, por 30 contos de réis.

O lote inicialmente era de 23 ha.  No Livro de Lançamentos do Imposto Fogolar para o exercício de 1901, está registrado o lote 23 da 9ª légua da divisão do lote entre:

1) Herança de Giovanni Lazarin - dispensado de pagamento;

2) Agostino Lazarin - dispensado de pagamento, e

3) Pietro Lazarin, pagou em 31.05 - 15.000 réis.

No ano de 1932, existe o lançamento do Imposto de "Viação" para o exercício:

Lazarin Antonio e João - 12 hectares Total 85.800 réis.  Data do pagamento: 15/09/1932

Lazarin Guerino - 8 hectares Pagou 85.800 réis em 29/12/1932

Lazzarin Bárbara - 3 hectares    Pagou 85.800

A soma das áreas de Guerino e Bárbara Lanzarin é de 11 ha, mesma área que observamos no Imposto Territorial de 1926 (Imagem 29).



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Bárbara Lanzarin - Venda da Colônia para o Seminário



O Roberto Paulo Rossetti escreveu esta narrativa, que foi publicada no Jornal O Pioneiro, na coluna do Professor Mário Gardelin, em 8 e 15 de janeiro de 1999.

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sexta-feira, 26 de junho de 2015

Segunda Geração - Filhos de Giovanni e Barbara Lanzarin



Giovanni e Bárbara tiveram seis filhos e uma filha:

Agostino Lazarin

O Serafino foi para Ijuí(RS). 

Alessio foi para Flores da Cunha(RS).

Stefano teria ido a Passo Fundo ou Carazinho(RS).

Angelo Guerino continuou em Caxias, cuidando de sua mãe Bárbara, até sua morte. 

Cezara Augusto Lanzarin   foi a São Marcos(RS).

Jacoba (Giacomina) Maria tornou-se freira, em Garibaldi (RS)



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domingo, 21 de junho de 2015

Mapa da Imigração no RS e da Colônia Caxias



Zonas de Colonização do Rio Grande do Sul - Mapa de 1945 - AHRGS
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Planta Geral do Município de Caxias
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Mapa da Colônia Caxias de José Spadari Adami. Lote dos Lanzarin ficava na IX Légua
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Lote dos Lanzarin no Travessão Thompson Flores: Lote 23
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sábado, 20 de junho de 2015

Localização de Santa Eulalia di Borso del Grappa



Localização do distrito de Sant'Eulalia (fontes: wikipedia e google earth):
Sant'Eulalia è una frazione del comune italiano di Borso del Grappa, in provincia di Treviso.

Borso del Grappa (Bors in veneto) è un comune italiano di 5.860 abitanti della provincia di Treviso, in Veneto.

Patrono : Santa Eulália Vergine e Martire.

Faz divisa com  Crespano del Grappa e o Macisso del Grappa e o restante com a planura veneta.

As origens de Santa Eulália são antiquíssimas. Hospedou acampamentos dos " Antigos Venetos" , ou " Paleovenetos" que foram uma população indo-européia que se estabeleceu na Itália norte-oriental depois da metade do segundo milênio AC e que desenvolveu uma civilização própria e original no decorrer do milênio, como mostraram as descobertas de objetos antigos, particularmente na construção do campanário onde foi achada uma urna funerária que servia para depositar as cinzas de um morto, em cerâmica que pertenceu à idade do ferro.

O local foi habitado depois, por toda a época romana. Posteriormente se deu o nome ao local à mártir Eulália di Mérida que foi uma jovem cristã que sofreu o martírio na época do imperador Diocleciano.

É venerada pela igreja católica em 10 de dezembro.

Seu culto se difundiu em 402 durante a predominância política de Ravenna.

As primeiras referências escritas, todavia remetem ao século doze. Neste período S. Eulália pertencia à comune de Treviso e era enquadrada na diocese de Pádova.

Na metade do século doze, S. eulália acompanha o destino de toda a Treviso e passa definitivamente à administração da " Sereníssima " < República de Veneza > até o final do século 14.

No período veneziano, não houveram acontecimentos históricos relevantes, com  excessão do trágico terremoto de 1695  quando, de 120 casas do local, trinta foram completamente arrasadas e as outras severamente danificadas.

Fonte: Roberto Rossetti


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Primeira Geração - Origem dos Lanzarin


LANZARIN, Francesco Giovanni, nascido a 30 genaio 1859, filho de Agostino Lanzarin(i) e de Giacoma Mattiello,  em Santa Eulália -Distrito de Borso del Grappa, Treviso, faleceu em 22-10-1900, casou em 17-11-1886, com Barbara Ersilia Pavan, filha de Francisco Pavan e Maria Magdalena Greseli.



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sexta-feira, 19 de junho de 2015

Relação de Passageiros do Vapor Belgrano




No final do século XIX, milhares de estrangeiros desembarcaram no porto do Rio de Janeiro, iniciando para a história, o que seria o período da primeira imigração massiva (1880-1930). Imigrantes de diversas origens, principalmente portugueses, italianos, japoneses e espanhóis, mas também, judeus, sírios e libaneses, chegaram às terras brasileiras, iniciando o sonho de “Fazer a América”. Desde então, o Rio de Janeiro passaria a ser o portal de entrada e o Brasil, o país mais miscigenado do mundo. 

No link abaixo, do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, constam todos os passageiros do Vapor Belgrano, que partiu do porto de Havre (França) para o Rio de Janeiro:

http://sian.an.gov.br/sianex/consulta/Pesquisa_Livre_Painel_Resultado.asp?v_CodReferencia_id=1017697&v_aba=1


Na relação dos emigrantes embarcados no vapor Belgrano, constam os nomes de:
LAZANZIN(?) AGOSTINO, 49 anos, Lombardia, Italiano, Casado, Agricultor, Católico;
LAZANZIN, GIACOMA, 38 anos, Lombardia, Italiana, Casada, Agricultor, Católica;
LAZANZIN, ANTONIO, 10 anos, Lombardia, Italiano, Solteiro, Agricultor, Católico
LAZANZIN, PIETRO, 14 anos, Lombardia, Italiano, Solteiro, Agricultor, Católico
LAZANZIN, CATTERINA, 16 anos, Lombardia, Italiano, Solteira, Agricultora, Católica,
LAZANZIN, GIOVANNI, 17 anos, Lombardia, Italiano, Solteiro, Agricultor, Católico;
LAZANZIN, MARIA, 8 anos, Lombardia, Italiano, Solteira, Agricultor, Católica.








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Porto de Le Havre



quarta-feira, 17 de junho de 2015

1924 - A Terceira Geração


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CORREIO  DO POVO – PORTO ALEGRE – RS SEXTA FEIRA 08.02.1924

MANCHETE: Política Rio-Grandense: Prosseguem os preparativos para a campanha eleitoral.. O Partido Republicano Riograndense e o Partido, Federalista estão em acirrada disputa para as eleições municipais. Noticia-se o alistamento eleitoral e festividades realizadas pelos governistas e oposicionistas, como pic-nics, abates de reses, capões, vaccas, em diversas cidades do interior do estado.

Em Caxias, o Dr. Celeste Gobbato foi eleito para o período de 1924 a 1928. Sucedeu o Coronel José Penna de Moraes, que permaneceu por três períodos como intendente, tendo assumido em 1912 a 1916, reeleito para o período de 1916 a 1920 e de 1920 a 1924. Celeste Gobbato, nascido em Treviso, Itália, era doutor em ciências agrárias e chegou ao estado em 1912. Foi indicado pelo chefe do governo estadual e confirmado pelo voto.

No governo estadual, Antônio Augusto Borges de Medeiros fora reeleito em 1922, derrotando a Assis Brasil. O estado estava dividido entre os CHIMANGOS ou PICA-PAUS, como eram chamados os Republicanos Legalistas, liderados por Borges de Medeiros e os MARAGATOS Parlamentaristas, liderados por Assis Brasil.

O Presidente Artur Bernardes governa sob estado de sítio. Começa a Coluna Prestes e a rebelião dos tenentes em São Paulo – Tenentismo. Era a Primeira República, que terminaria com a Revolução de 30, quando Getúlio Vargas assumiria o poder.

Nesta data, 08 de fevereiro de 1924, nascia Reynaldo (Variante de Reginaldo – o que governa por meio de conselhos) Lansarin, filho de Guerino (Defensor) Lansarin (batizado como Angelo Guerino Lanzarin) e Justina Ruffato Lanzarin. Sua cidade ainda se chamava Caxias, que só viria a ser chamada Caxias do Sul em 1944. Depois nasceram seus irmãos, Remo, Orlando, Norma e Julieta.

Guerino Lanzarin e Justina Ruffato casaram-se aos 4 de junho de 1921, na Paróquia de Santa Tereza, ele com 26 anos e ela com 20 anos de idade, nascida e moradora do Curato da Conceição de Caxias, filha de Paulo Ruffato e Angela Betiato. No registro civil, consta o assento de casamento com data de 04 de dezembro de 1923. O primeiro filho do casal, Armando Alcides, faleceu com apenas 3 dias, em 27 de julho de 1923. Na certidão de óbito só consta o nome da mãe, Justina Ruffato.

O pai de Guerino, João Lanzarin, vindo da Itália com o nome de Francesco Giovanni Lanzarini, foi, junto com seu pai, o imigrante que cruzou o Oceano Atlântico, a bordo do vapor francês Belgrano de 3.500 toneladas, conduzido do porto de Le Havre – Norte da França - para o Rio de Janeiro, sob o comando do Capitão Vasse, saída em 17 de dezembro de 1877, com 514 passageiros a bordo. Saindo da comune de Borso del Grappa, mais especificamente de Santa Eulália di Borso del Grappa, Treviso, eles se deslocaram via terrestre até o porto de Le Havre, na França e daí ao Rio de Janeiro:


Os portos mais seguros para embarque eram os franceses, porque na Itália uma circular do ministro Lanza em 18/01/1873 exigia muitas formalidades aos imigrantes. Além disso, quem partia da França, era favorecido, pois a legislação francesa, ao contrário da italiana, previa que a bordo dos navios houvesse a presença de médicos e remédios. Eis porque, especialmente entre 1875 e 1876, as partidas para o Brasil aconteceram sobretudo de Marselha e Le Havre. As passagens eram gratuitas. 

Em 1878, houve suspensão dos contratos entre o governo brasileiro e os empresários engajadores e com isso se acabou a gratuidade das passagens.

A cidade de Rovereto era o encontro de todos os imigrantes dos vales trentinos.

Chegavam de diversas localidades, quase sempre conduzidos por carroças ou carros de boi. 

O trem partia para a cidade de Verona. No outro dia pela manhã, a viagem prosseguiu com destino à cidade de Modane, já agora em território francês.
   
À tarde, a partida com destino a Paris. A viagem atravessa todo o território francês e, ao entardecer do dia seguinte, chegam em Paris.

Por volta das 11 horas da noite, parte o trem de Paris com seu destino final: o Porto de Le Havre. Na manhã do dia seguinte, a chegada ao porto.

Durante a viagem ocorreram 8 falecimentos. A chegada ao Rio de Janeiro ocorreu em 10 de janeiro de 1878. 

A viagem foi financiada pelo Governo Imperial Brasileiro, através do contrato com Joaquim CAETANO PINTO Junior da Companhia Caetano Pinto Irmãos e Cia, com a condição de introduzir no Brasil, num período de 10 anos, 100.000 imigrantes alemães, austríacos, italianos do norte, bascos, belgas, suecos, dinamarqueses e franceses, agricultores sadios, trabalhadores de boa moral, nunca menores de 2 anos, nem maiores de 45, salvo os chefes de família.... O empresário receberá, por adulto, as seguintes subvenções: 120$000 réis para os 50.000 imigrados; 100$000 réis para os 25.000 sucessivos; 60$000 réis para os últimos 25.000 , e a metade destas subvenções para os menores de 12 anos e maiores de 2.

Outras exigências eram que o colonizador devia ser casado, com numerosa família, para rapidamente aumentar a densidade populacional das áreas destinadas à colonização. A família LANZARIN pode ser considerada com o título de COLONIZADORES PIONEIROS, os primeiros corajosos a atravessar o Atlântico, sem nenhuma base familiar lhes antecedendo, uma vez que vieram no período que corresponde a Colônia Provincial, que foi de janeiro de 1875 a 12 de abril de 1884, quando a colônia se desmembrou da Província e tornou-se o 5º Distrito de São Sebastião do Caí.

Teria nascido no Brasil o SEBASTIANO. Não se sabe a data. Ver nos registros de Bento Gonçalves.

Chegando a Porto Alegre, a família continuou rumo a “terra da cocagna”, novamente de barco, até São Sebastião do Caí, penetrando na Estrada Rio Branco, a Estrada dos Imigrantes, em direção ao Barracão, construção que lhes serviria de abrigo enquanto aguardavam que a Comissão de Terras lhes destinasse seu lote colonial. Quando eles chegaram, em 1878, a viagem à Colônia Caxias já não tinha grandes obstáculos a vencer, pois o caminho era feito entre as glebas existentes anteriormente, os bugres não existiam e em caso de necessidade, havia a solidariedade dos colonos que aqui já se encontravam, pois sabiam o que tinham passado anteriormente, e mesmo sendo germânicos ou de origem semelhante, não estavam mais em seus países onde viviam em constantes lutas (Adami, 1962).