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CORREIO DO POVO – PORTO ALEGRE – RS SEXTA FEIRA 08.02.1924
MANCHETE: Política
Rio-Grandense: Prosseguem os preparativos para a campanha eleitoral..
O Partido Republicano Riograndense e o Partido, Federalista estão em
acirrada disputa para as eleições municipais. Noticia-se o
alistamento eleitoral e festividades realizadas pelos governistas e
oposicionistas, como pic-nics, abates de reses, capões, vaccas,
em diversas cidades do interior do estado.
Em Caxias, o Dr. Celeste
Gobbato foi eleito para o período de 1924 a 1928. Sucedeu o Coronel
José Penna de Moraes, que permaneceu por três períodos como
intendente, tendo assumido em 1912 a 1916, reeleito para o período
de 1916 a 1920 e de 1920 a 1924. Celeste Gobbato, nascido em Treviso,
Itália, era doutor em ciências agrárias e chegou ao estado em
1912. Foi indicado pelo chefe do governo estadual e confirmado pelo
voto.
No governo estadual,
Antônio Augusto Borges de Medeiros fora reeleito em 1922, derrotando
a Assis Brasil. O estado estava dividido entre os CHIMANGOS ou
PICA-PAUS, como eram chamados os Republicanos Legalistas, liderados
por Borges de Medeiros e os MARAGATOS Parlamentaristas, liderados por
Assis Brasil.
O Presidente Artur
Bernardes governa sob estado de sítio. Começa a Coluna Prestes e a
rebelião dos tenentes em São Paulo – Tenentismo. Era a Primeira
República, que terminaria com a Revolução de 30, quando Getúlio
Vargas assumiria o poder.
Nesta data, 08 de
fevereiro de 1924, nascia Reynaldo (Variante
de
Reginaldo
– o que governa por meio de conselhos)
Lansarin, filho de Guerino (Defensor)
Lansarin (batizado como Angelo Guerino Lanzarin) e Justina Ruffato
Lanzarin. Sua cidade ainda se chamava Caxias, que só viria a ser
chamada Caxias do Sul em 1944. Depois nasceram seus irmãos, Remo,
Orlando, Norma e Julieta.
Guerino Lanzarin e
Justina Ruffato casaram-se aos 4 de junho de 1921, na Paróquia de
Santa Tereza, ele com 26 anos e ela com 20 anos de idade, nascida e
moradora do Curato da Conceição de Caxias, filha de Paulo Ruffato e
Angela Betiato. No registro civil, consta o assento de casamento com
data de 04 de dezembro de 1923. O primeiro filho do casal, Armando
Alcides, faleceu com apenas 3 dias, em 27 de julho de 1923. Na
certidão de óbito só consta o nome da mãe, Justina Ruffato.
O pai de Guerino, João
Lanzarin, vindo da Itália com o nome de Francesco Giovanni
Lanzarini, foi, junto com seu pai, o imigrante que cruzou o Oceano
Atlântico, a bordo do vapor francês Belgrano
de
3.500 toneladas, conduzido do porto de Le Havre – Norte da França
- para o Rio de Janeiro, sob o comando do Capitão Vasse, saída em
17 de dezembro de 1877, com 514 passageiros a bordo. Saindo da comune
de Borso del Grappa, mais especificamente de Santa Eulália di Borso
del Grappa, Treviso, eles se deslocaram via terrestre até o porto de Le Havre, na França e daí ao Rio de Janeiro:
Os portos mais seguros para embarque eram os franceses, porque na Itália uma circular do ministro Lanza em 18/01/1873 exigia muitas formalidades aos imigrantes. Além disso, quem partia da França, era favorecido, pois a legislação francesa, ao contrário da italiana, previa que a bordo dos navios houvesse a presença de médicos e remédios. Eis porque, especialmente entre 1875 e 1876, as partidas para o Brasil aconteceram sobretudo de Marselha e Le Havre. As passagens eram gratuitas.
Em 1878, houve suspensão dos contratos entre o governo brasileiro e os empresários engajadores e com isso se acabou a gratuidade das passagens.
A cidade de Rovereto era o encontro de todos os imigrantes dos vales trentinos.
Chegavam de diversas localidades, quase sempre conduzidos por carroças ou carros de boi.
O trem partia para a cidade de Verona. No outro dia pela manhã, a viagem prosseguiu com destino à cidade de Modane, já agora em território francês.
À tarde, a partida com destino a Paris. A viagem atravessa todo o território francês e, ao entardecer do dia seguinte, chegam em Paris.
Por volta das 11 horas da noite, parte o trem de Paris com seu destino final: o Porto de Le Havre. Na manhã do dia seguinte, a chegada ao porto.
Durante a
viagem ocorreram 8 falecimentos. A chegada ao Rio de Janeiro ocorreu
em 10 de janeiro de 1878.
A viagem foi financiada
pelo Governo Imperial Brasileiro, através do contrato com Joaquim
CAETANO PINTO Junior da Companhia Caetano Pinto Irmãos e Cia, com a
condição
de
introduzir no Brasil, num período de 10 anos, 100.000 imigrantes
alemães, austríacos, italianos do norte, bascos, belgas, suecos,
dinamarqueses e franceses, agricultores sadios, trabalhadores de boa
moral, nunca menores de 2 anos, nem maiores de 45, salvo os chefes
de família.... O empresário receberá, por adulto, as seguintes
subvenções: 120$000 réis para os 50.000 imigrados; 100$000 réis
para os 25.000 sucessivos; 60$000 réis para os últimos 25.000 , e a
metade destas subvenções para os menores de 12 anos e maiores de 2.
Outras exigências eram
que o colonizador devia ser casado, com numerosa família, para
rapidamente aumentar a densidade populacional das áreas destinadas à
colonização. A família LANZARIN pode ser considerada com o título
de COLONIZADORES PIONEIROS, os primeiros corajosos a atravessar o
Atlântico, sem nenhuma base familiar lhes antecedendo, uma vez que
vieram no período que corresponde a Colônia Provincial, que foi de
janeiro de 1875 a 12 de abril de 1884, quando a colônia se
desmembrou da Província e tornou-se o 5º Distrito de São Sebastião
do Caí.
Teria nascido no Brasil o
SEBASTIANO. Não se sabe a data. Ver nos registros de Bento
Gonçalves.
Chegando a Porto Alegre,
a família continuou rumo a “terra da cocagna”, novamente de
barco, até São Sebastião do Caí, penetrando na Estrada Rio
Branco, a Estrada dos Imigrantes, em direção ao Barracão,
construção que lhes serviria de abrigo enquanto aguardavam que a Comissão de Terras lhes destinasse seu lote
colonial. Quando eles chegaram, em 1878, a viagem à Colônia Caxias
já não tinha grandes obstáculos a vencer, pois o caminho era feito
entre as glebas existentes anteriormente, os bugres não existiam
e em caso de necessidade, havia a solidariedade dos colonos que aqui
já se encontravam, pois sabiam o que tinham passado anteriormente, e
mesmo sendo germânicos ou de origem semelhante, não estavam mais
em seus países onde viviam em constantes lutas (Adami, 1962).